Câmara realiza audiência sobre Faixa de Exclusão de Agrotóxicos
Na manhã desta quinta-feira (23), aconteceu no plenário municipal, uma audiência pública para discutir a Faixa de Exclusão de Agrotóxicos. A proposta foi da vereadora Miriam Marroni (PT) e conduzida pelo vereador Jurandir Silva (PSOL). A ação fez parte do calendário Junho Verde, instituído pelo presidente Marcos Ferreira (Marcola – sem partido) como o mês em alusão à preservação do meio ambiente.
Faixa de exclusão de agrotóxicos, distância mínima ou zona de limites, são termos para definirem a proteção do uso de agrotóxico em relação ao contato humano. Marcola ressaltou a importância de debater o assunto e falou da necessidade da Câmara Municipal em reforçar o debate:
''É importante a gente debater todos os temas, este é um assunto que chegou a esta casa e se fez necessária a discussão. Então nada mais justo que a Câmara também faça esse debate porque a questão envolve desenvolvimento, meio ambiente e economia”, disse Marcola.
Durante a audiência, os professores universitários Althen Teixeira Filho (UFPEL) e Marcelo Dutra (FURG), fizeram apresentações em relação à temática. Althen, pontua o tema como essencial e adverte que o agrotóxico está cada vez mais próximo das nossas atividades diárias:
''Precisamos ter um esclarecimento sobre os reais impactos que os agrotóxicos possuem sobre a saúde humana, animal e meio ambiente. Já temos dezenas, centenas, milhares de trabalhos demonstrando isso e eu entendo como importante, que as pessoas se conscientizem para que elas estão expostas de forma cada vez mais intensa. Hoje não se bebe água sem agrotóxico, por exemplo. Então eles já estão alcançando intimidade do lar das pessoas, isso nos preocupa e é importante ser debatido'', disse Althen Teixeira
Por sua vez, o professor Marcelo Dutra, defende a ideia de Pelotas criar uma área de exclusão.
"Esses produtos estão em quantidades diferentes inseridos até na nossa alimentação, na água que consumimos e no ar que respiramos. Além daquelas cidades em que temos lavouras cercando, como é o caso de Pelotas, onde temos pessoas que estão muito mais expostas. Em razão disso, eu trago a ideia, sugerindo que a gente faça uma barreira de proteção, uma zona de proteção, uma zona de afastamento desses produtos aplicados para que a gente diminua essa exposição”, disse Marcelo.
Ainda falando do assunto, no Rio Grande do Sul a zona de exclusão ainda não é praticada de forma oficial, existe próximo do assunto, zonas de exclusão para culturas específicas que são previstas pelo Ministério da Cultura. Marcelo ainda atentou aos recorrentes fatos de aviões pulverizadores estarem circulando fora dos limites das lavouras:
''A gente tem observado a manifestação de alguns moradores de zona periférica da cidade justamente destacando, chamando atenção para as pulverizações, e para a circulação de aviões que eventualmente cobrem os telhados e pátio das casas com poeira de agrotóxicos, o que é muito grave. Um exemplo disso, é o Barro Duro que está muito próximo do limite de lavouras. Também aqueles condomínios como Alphaville e Veredas tem áreas de produção no entorno e evidentemente a representação de algum problema'', disse Marcelo.
Após a audiência, um relatório será elaborado pelo poder legislativo e será entregue ao executivo e aos órgãos competentes, como forma de registro. Participaram do encontro Fernando Rechsteiner, presidente do Sindicato Rural de Pelotas, Augusto Rassier, presidente da Associação Rural de Pelotas, Eduardo Osório, representante da Agaflor, e Ritiele Simon, secretária do Sindicato dos Agricultores Familiares.
