Transporte escolar rural é pauta de reunião na Câmara

Rescisão de contratos do transporte escolar rural do município. Esta foi a pauta que reuniu, na manhã desta última quinta-feira (10), o presidente da câmara, vereador Marcos Ferreira (Marcola), o vereador Jair Bonow (PP), proprietários de veículos que prestam o serviço de transporte e pais de alunos que estão sem aula devido o problema.

A reunião que durou cerca de duas horas na sala da presidência do legislativo, foi marcada por relatos indignados de 13 pessoas que estavam presentes. De um lado, prestadores do transporte escolar rural e, de outro, pais de alunos da rede municipal de ensino. Ambos com o mesmo objetivo: restabelecer os contratos para que o transporte de estudantes seja retomado. 

No início deste ano, a prefeitura rescindiu o contrato com 16 empresas que prestam o serviço, em função do tempo de vida útil dos veículos. De acordo com a determinação do novo edital de contratação, a frota pode ter no máximo dez anos de uso. O executivo afirma que o tempo menor de circulação se dá, pois são veículos de depreciação rápida por trafegar em estradas de condições precárias.

Motorista de ônibus escolar há 17 anos, Matheus Jansen conta que após ter o conhecimento de que seus veículos não poderiam mais prestar o serviço por conta do vencimento de idade da frota, recorreu à Procuradoria-Geral do Município (PGM) solicitando o prazo de seis meses para a adequação, mas não obteve resposta antes dos contratos serem rescindidos. “Solicitei um prazo para adequação. Devido a pandemia, tivemos um período de dois anos parados, sem uma fonte de renda, sem condições de financiar outro veículo. A gente precisa de um tempo para conseguir atender a norma do edital. Não fomos avisados, nem por parte da PGM, nem da Secretaria de Educação, que nossos contratos haviam acabado. Ficamos sabendo pelo jornal”.

Os prestadores do serviço se mostraram indignados com a publicação de edital da prefeitura para a contratação emergencial de transporte escolar rural. “Agora com esse contrato emergencial, nós ainda corremos o risco de adquirir os novos veículos, mas não conseguirmos a licitação novamente, porque abriu uma nova tomada de preços para todas as empresas que quiserem concorrer. A gente não pode correr o risco de investir e ficar com dívidas para pagar”, explica Matheus.

A reivindicação da categoria é que o executivo conceda a autorização de que os ônibus possam continuar circulando pelos próximos seis meses, período que alegam ser o mínimo necessário para a renovação de frota com data de fabricação a partir de 2013. Os pais de alunos também solicitam a mesma coisa, pois temem que o processo de nova contratação demore muito tempo, o qual seus filhos ficarão sem aula. “São muitos estudantes sem conseguir frequentar a escola, porque não tem transporte. Duas escolas já estão com as aulas suspensas, a Maria Joaquina e João José de Abreu. As outras estão com cerca de 50% de alunos infrequentes. Eles falam que são 170 estudantes sem aula, mas garanto que deve ser em torno de 400”, afirma Andréia Perleberg.

No início da tarde, a concentração foi realizada em frente a prefeitura com o objetivo de conseguir uma reunião para tratar do assunto diretamente com a prefeita. O vereador Jair Bonow acompanhou a ação. “Estamos aqui na busca incessante por uma solução urgente. As nossas crianças da zona rural são as mais prejudicadas com essa situação. Além da pandemia ter causado um grande período sem aulas presenciais, agora que nossas crianças e jovens deveriam retomar os estudos, estão novamente sem aula, porque não têm como chegar até as escolas. Interromperam inesperadamente um trabalho que vinha sendo bem-feito pelas empresas de transporte, que é o de levar os estudantes com segurança até as salas de aula. Os alunos estão prejudicados, os pais e os trabalhadores do transporte”, declara Bonow.

Apesar da mobilização, não houve reunião com a chefe do executivo.

Por assessoria de imprensa vereador Jair Bonow (PP). 

Foto: Gabriel Xavier